Song Of Eärendil (tradução)

Original


The Tolkien Ensemble

Compositor: J. R. R. Tolkien

Eärendil foi um marinheiro
Que veio em Arvernien morar:
Cortou madeira de Nimbrethil,
Fez um navio para viajar;
Teceu as velas com fios de prata,
Também de prata é a iluminação;
Qual cisne a proa foi esculpida,
E a luz dá vida a seu pavilhão.

Com armadura de antigos reis,
Malha de anéis qual manto real,
Broquel brilhante de runas cheio,
Vai protegê-lo de todo mal;
Pro arco um chifre deu-lhe um dragão,
De ébano bom as flechas que tinha;
De fio de prata era o gibão,
De calcedônia era a bainha;
Valente espada de aço fino,
E adamantino elmo o respalda;
Pena de águia tráz por enfeite,
E sobre o peito, linda esmeralda.

Sob o luar e sob as estrelas,
Viajava pelas praia do Norte;
Como encantado confuso ia
Além dos dias da terra da morte.
Quer do rangido do Gelo Estreito,
Das sombras leito em campo gelado,
Quer do calor e da lava ardente,
Rapida sempre saia por um lado;
Por águas negras longe trafega,
Até que navega em Noite do Nada
E vai passando sem encontrar
Praia brilhante ou luz desejada.

Vêm procurá-lo os ventos da ira
E cego gira em mar sem promessa;
De Oeste á Leste, tudo impreciso,
E sem aviso á casa regressa.

Voando chega até ele Elwing
E há chama enfim na treva á queimar;
Mais que diamante brilha e resplende
O fogo ardente de seu colar.
Com a Silmaril ela o ataviou
E o coroou com a luz vivente;
Sem medo então, com fogo no olhar,
Vai navegar, e na noite quente
Lá do Outromundoalém do mar,
Surge o troar de forte tormenta
Em Tarmenel, um vento poder;
Por rota incerta, rara e agourenta,
Leva seu barco num sopro mordaz,
Poder feroz de morte no ar
E mares tristes e abandonados
De lado a lado ele viu passar.

Por Noiteterna reconduzido,
Em atro estampido de ondas que vão
Por mar sem luz de costas profundas
Mortas no fundo desde a criação;
Foi lá que ouviu em praias de pérolas,
Onde da terra a musica cessa,
Onde na espuma há ondas rolando
De ouro amarelo e joias á beça.

Viu a montanha subindo calada,
Na tarde sentada sobre os joelhos
De Valinor, enquanto Eldamar
Olhava o mar além dos escolhos.
Errante em fuga da noite sai
E a um porto vai enfim atracar;
Na Casadelfos verde e bonita,
O ar palpita e, cor de luar,
Sob a colina de Ilmarim,
Brilham num vale diafanizadas,
Iluminadas torres de Tirion
No Lago Sombra sempre espelhadas.

Lá descansou das duras andanças,
Música e dança por lá aprendeu,
Mil maravilhas foram contadas
E harpas douradas alguem lhe deu.
De branco élfico foi revestido
E, precedido por luzes sete,
Passando por Calacirian
Na terra arcana e vazia se mete.
Viu salões imemeriais
Com os anais de anos sem conta,
Do Antigo Rei viu reinos sem fim
Em Ilmarin do Monte na ponta;
Novas palavras então aprende
De homens grandes e elfos matreiros,
Além do mundo onde há visões
Que só se expõe as forasteiros.

Foi construido novo navio
Todo mithril e al cristalino,
Proa brilhante, mas ninguem rema
Ou vela treme em mastro argentino:
A Silmaril, sua única luz,
Que ele conduz qual flâmula em chama
Para brilhar junto a Elbereth
Que reaparece e logo derrama
Imortais asas para o transporte,
Traca-lhe a sorte sempre sua,
Zarpar por céus sem litoral
Por tráz do Sol e da luz da Lua.

Das Sempriguais, colinas pacatas,
Onde cascatas tecem sua rede,
Levam-no as asas, farol errante,
Além do grande Monte Parede.
Do Fim do Mundo ele desvia
E gostaria de achar a trilha
Do lar, por entre sombras vagando,
Sempre queimando qual astro em ilha
Sobrevoando a névoa ele vem,
Chama do além que ao Sol é clarão,
É maravilha de uma novo dia
Onde águas cinza do Norte vão.

Para sobre a Terra-Média passou
E ali soou a voz de quem chora,
Donzelas élficas e mulheres
Dos Dias Antigos, de anos de outrora.
Mas sobre si levava sua sorte,
Da Lua até a morte, estrela fadada
A ir queimando sem se deter
Para reaver sua terra amada;
Para todo o sempre nessa missão,
Sem que descanso tenha á frente
Longe levar da lâmpada a flama
Qual Porta-chama do Ponente.

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