Compositor: J. R. R. Tolkien
Por Rohan sobre charco e campo
Onde alta cresce a grama
O Vento Oeste vai voando
E em torno aos muros clama
Que novas tu, ó Vento, vais à noite revelar?
Viste Boromir, o Alto, andando no luar?
Por amplas águas sete rios escuros o vi descer
Por terras ermas foi-se embora até desaparecer
Nas sombras que cobrem o norte. Não mais vi ao redor
O Vento Norte viu talvez o Filho de Denethor
Ó Boromir! Dos altos muros o oeste eu entrevi
Mas da região de homens deserta voltar eu não te vi
Da boca do Mar das pedras
E dunas o Vento Sul voa
Traz das gaivotas o lamento
E ao portão geme à toa
Que novas do sul, ó lamuriento, esta noite tu me dás?
Onde está o Belo Boromir? Demora e eu não tenho paz
Onde ele mora não perguntes. Lá tantos ossos vão
Em praias brancas ou escuras sob tormentoso chão
Desceram tantos o Anduin fluindo para o Mar
O Vento Norte detém novas de quem aqui vai passar!
Ó Boromir! Além das portas ao sul a estrada investe
Mas tu do Mar com as gaivotas chorosas não vieste
Dos portões reais o Vento Norte vem
E as cataratas sobrevoa
E claro e frio em torno à torre sua trompa alto ecoa
Que novas do norte, ó vento forte
Me trazes nesta hora?
Que é de Boromir, o Ousado? Há tempos foi embora
No Amon Hen ouvi seu grito
Com muitos se bateu
O seu broquel e sua espada
O rio os recebeu
A fronte alta, o rosto belo
O corpo ao rio doaram
Sob Rauros, douradas quedas de Rauros
Apoia-o sobre o peito
Ó Boromir! A Torre da Guarda sempre olhará para o norte
Para Rauros, Rauros dourados, até o fim dos dias